Porque te perdeste? Em droga te meteste,
Conheceste prisões, vi-te sem emoções.
Eu te amava, e acredita que chorava.
Eras meu amigo, eu queria contar contigo.
Eu choro escrevendo versos nesta poesia,
porque te adorava e amava sem hipocrisia.
.
Em noites te vi levantar, droga ias comprar
Essa merda que vidas destrói, acredita o meu coração dói.
Perdeste amigos, foste rebelde, e de mim esqueceste.
Mas tinhas bom coração, apenas agias por impulso.
Estás na minha recordação, em mim és recluso
.
Dizias sentir nostalgia, pensavas ter alegria.
Mas estavas enganado! Pensavas que eram belos fados,
Mas na verdade estavas drogado e estragado.
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Fugias de hospitais, dizias que eram coisas banais
Tinhas a doença, já não tinhas esperança e parecias uma criança.
Dizias estar condenado a nascença por essa droga imensa.
.
Aquelas seringas que eu via no teu quarto, que pensavas estar escondidas,
pareciam um aborto num parto, eram cenas desmedidas.
A mãe as mandava para o lixo, mas logo apareciam noutro esconderijo.
Era a podridão, era comida de cão, era um rastilho de putrefacção,
em pólvora desmesurada que faziam-te ter a alma perdida.
Durante dias lágrimas te escorriam pela cara
Choravas porque não conseguias vencer,
Dizias que estavas a espera de morrer.
.
Tinhas amor mas perdeste a tua fada,
Perdeste aquela que te guiava
Perdeste o sentido do rumo na vida,
Perdeste a consciência e perdeste o fio a miada.
Deixaste tudo na vida, para ter essa vida perdida.
Amavas as pessoas, mas odiavas-te a ti próprio
E desistis-te de procurar um futuro mais sóbrio.
.
Não sei se roubavas,
Mas certas pessoas enganavas.
Estavas num planeta estacionário
Num mundo parado no tempo.
Tinhas esse teu desejo de otário
que te estragava a vida no momento.
.
Não giravas em torno do sol,
Mas de uma estrela apagada.
Que parecia estar enfeitiçada.
Giravas em torno de um universo transversal,
Num outro vortex universal.
.
Um dia te segui pela noite, se soubesse ficava na cama
Era jovem demais para ver aquele drama.
Aos bandidos te juntaste, com droga te untaste
Que cena maldita, porque não te respeitaste?
.
Em mim aquilo ficou profundamente marcado.
A mim um dia te confessaste, aquilo que eu já sabia
Que naquela vida estavas, que a droga em ti jazia.
Um dia,
a droga por fim te venceu,
e morreste.
Quem sabe, não tenhas mais uma oportunidade
Para atingir o que te faltou, a maturidade
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